Características
Gerais dos Seres Vivos
Como você pode distinguir um ser vivo de um ser
inanimado?
Os seres vivos compartilham algumas características
em comum. Veja abaixo.
Organização Celular
Com exceção dos vírus, todos os seres vivos são
formados por células. Célula é a menor parte com forma definida que constitui
um ser vivo dotada de capacidade de auto-duplicação (pode se dividir sozinha).
São as unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos. Podem ser
comparadas aos tijolos de uma casa. As células, em geral, possuem tamanho tão
pequeno que só podem ser vistas por meio de microscópio. Dentro delas ocorrem
inúmeros processo que são fundamentais para manter a vida.
Os seres humanos possuem aproximadamente 100
trilhões de células; um tamanho de célula típico é o de 10 µm (1 µm =
0,000001m); uma massa típica da célula é 1 nanograma (1ng = 0,000000001g). A
maior célula conhecida é a gema do ovo de avestruz.
Um ovo de avestruz, de tamanho médio, tem 15 cm de
comprimento, 12 cm de largura, e peso de 1.4 kg. São os maiores ovos de uma
espécie viva (e as maiores células únicas), embora eles sejam na verdade os
menores em relação ao tamanho da ave.
Composição química
Está representada por:
- Substâncias inorgânicas: água e sais minerais.
- Substâncias orgânicas (possuem o carbono como elemento principal): carboidratos, lipídios, proteínas, ácidos nucléicos e vitaminas.
A composição química aproximada da matéria viva é
de 75 a 85% de água; 1% de sais minerais; 1% de carboidratos; 2 a 3% de
lipídios; 10 a 15% de proteínas e 1% de ácidos nucléicos.
Número de células
Todos os seres vivos são constituídos de
células, mas o número de células varia de um ser para outro.
Existem os seres unicelulares, a palavra
unicelular tem origem no latim uni, que significa "um, único".
Esse são as bactérias, as cianobactérias, protozoários, as algas unicelulares e
as leveduras
Os seres pluricelulares são formados por
várias células, a palavra pluricelular tem origem no latim pluri, que
significa "mais, maior"
Tipos de células
Os
diferentes tipos de células podem ser classificadas em duas categorias quanto a
sua organização do núcleo.- Células procariotas - não apresenta uma membrana envolvendo o núcleo, portanto o conteúdo nuclear permanece mistura com os outros componentes celulares. Os únicos pertencentes a esse grupo são as bactérias, as cianofitas e as micobacterias.
- Células Eucariotas - no núcleo da célula eucariota fica "guardado" o material genético e, em volta do núcleo existe uma membrana que o separa do citoplasma.
No citoplasma dessa células podem ser encontradas
diversas estruturas membranosas.
Á esquerda, temos representado uma célula
eucariótica vegetal
e á direita uma célula eucariótica animal
Os níveis de organização das Células Eucariotas
A maioria dos seres pluricelulares possuem células
especializadas para exercer algum tipo de função no organismo, como, por
exemplo, captar o oxigênio. Essas células são organizadas em tecidos
específicos e algumas vezes em órgãos.
Vejamos o esquema:
A célula
é a menor parte dos seres vivos. As estruturas das células garantem o
funcionamento de todo o organismo
O tecido é formado por conjuntos de um ou
mais tipos de células, que podem ter diferentes funções.
O órgão é composto de diferentes tipos de
tecido. Entre os órgãos, podemos citar: coração, cérebro, rins e olhos, cada um
exercendo papel específico.
Um sistema é formado por vários órgãos que,
em conjunto, exercem determinadas "funções", tais como locomoção,
respiração e circulação.
Os sistemas funcionam associados para prover vida
ao organismo.
Busca de energia
Além da organização celular, os organismos para se
manterem vivos precisam de energia, que é obtida a partir dos alimentos
ou da fotossíntese.
O modo em que os organismos obtém o alimento pode
ser classificados como:
- Autótrofos: Os seres vivos, como plantas e as algas que realizam a sua nutrição por meio da fotossíntese.
- Heterótrofos: Os seres vivos, que buscam energia se alimentando de outros seres vivos pois são incapazes de produzir energia sozinhos (através da fotossíntese).
Capacidade de responder a estímulos
Os seres vivos devem ter a capacidade de responder
a estímulos. E essa reação é feita das mais variadas formas.
As plantas,
por exemplo, não possuem sistema nervoso, por isso têm respostas menos
elaboradas que as dos animais, mas ela pode reagir com movimentos, como ocorre
com a dormideira ou sensitiva, que se fecha quando é tocada; ou ainda
apresentar um fenômeno conhecido como fototropismo (crescimento da
planta orientado pela luz).
Fototropismo, crescimento da planta orientado pela
luz.
A essa capacidade de responder a estímulos do meio
ambiente chamamos de irritabilidade.
Os animais apresentam respostas mais
complexas aos estímulos do meio ambiente porque apresentam sistema nervoso.
Possuem sensibilidade. Nós somos capazes de distinguir sons, cores,
cheiros e gostos, além de outras coisas. Mesmo os animais que não possuem a
visão, a audição ou outros sentidos bem desenvolvidos podem apresentar
estruturas que lhes permitem perceber o ambiente a sua volta. As planárias, um
tipo de verme achatado, não-parasita, por exemplo, não possuem olhos mas
apresentam ocelos, estruturas que não formam imagens, mas fornecem uma
percepção de luminosidade, permitindo que elas se orientem pela luz.
Reprodução
A reprodução é uma das características comuns a
todas as espécies de seres vivos. Ter filhotes, isto é, ter descendentes, é
importante para garantir a ocupação do ambiente e para se manter como espécie.
Se não deixa descendentes, à medida que os indivíduos mais velhos vão morrendo,
a espécie tende a desaparecer. Daí a importância da reprodução para a
manutenção da existência da espécie.
Por isso devem ser valorizados projetos de
preservação como o Projeto Tamar do Ibama. Esse projeto visa preservar as
tartarugas marinhas acompanhando a época de desova, cuidando dos ninhos, e
fazendo campanhas para a proteção desses animais para garantir a sua reprodução
e conseqüentemente a manutenção da espécie.
Tipos de reprodução
Reprodução sexuada é aquela em
que há participação de células especiais, os gametas. Os gametas são
células que carregam parte do material genético que formará um novo ser. No
animal, o gameta masculino é o espermatozóide e o gameta feminino é o óvulo.
A união dos gametas, que dá origem a um novo ser,
chama-se fecundação. A fecundação pode ser interna, ou seja o
gameta masculino encontra o gameta feminino dentro do corpo da fêmea, ou externa,
ou seja o gameta masculino encontra o gameta feminino fora do corpo da fêmea.
O sapo macho massageia o abdômen da fêmea
para que essa libere seus óvulos na folha enquanto o macho deposita os espermatozóides
sobre eles.
A reprodução assexuada não envolve estas
etapas especiais, os gametas; depende apenas das células.
A
regeneração, um tipo de reprodução assexuada, ocorre, por exemplo, nas
planárias.
Reneração em planárias: se o corpo desse animal for
cortado em alguns pedaços, cada um deles pode originar uma planária inteira.
A reprodução sexuada é mais vantajosa para a
espécie que a assexuada. Enquanto a reprodução assexuada origina indivíduos
geneticamente iguais aos seus antecessores, a reprodução sexuada produz
indivíduos diferentes dos seus pais. Por exemplo, você não é exatamente igual
ao seu pai nem a sua mãe, embora possa apresentar muitas características de
cada um deles.
A
variabilidade genética, produzida pela reprodução sexuada, é sempre vantajosa,
pois aumenta a chance de adaptação da espécie a possíveis modificações do
ambiente. A variabilidade genética é fundamental para a evolução dos
organismos.
Evolução
Uma característica comum a todos os seres vivos,
segundo as teorias
evolucionistas, é a capacidade de evolução.
A evolução dos seres vivos é o processo do
desaparecimento ou do surgimento de novas espécies devido a variabilidade
genética. Esse processo é muito lento e pode levar até milhares de anos por
isso é difícil de acompanhar o processo de evolução.
O que é variabilidade genética?
Se observarmos atentamente, veremos que, por mais
semelhantes que possam, ser os indivíduos de uma população apresentam algumas
diferenças entre si. Chamamos essas diferenças entre os seres de variabilidade.
Vamos pensar no bicho-pau. Esse animal é muito
parecido com um graveto de uma árvore que, muitas vezes, é difícil distingui-lo
do ambiente. Para este inseto, ser semelhante a um graveto é uma vantagem, pois
ele pode camuflar-se no ambiente e não ser notado por seus predadores.
Mesmo
na população de bichos-paus, existem diferenças entre os indivíduos. Aqueles
menos parecidos com os gravetos das árvores serão mais caçados pelos
predadores, portanto terão chances menores de conseguir se reproduzir. Se
somente os bichos-paus mais parecidos com os gravetos conseguirem se reproduzir
essa característica será passada para a nova geração (ou para os próximos
bichos-paus), continuando na população.
O aparecimento e o aumento da variabilidade
entre os seres devem-se principalmente à ocorrência de mutações e à reprodução
sexuada.
As mutações - alterações que ocorrem ao
acaso no material genético dos seres vivos - provocam o aparecimento de novas
características. Estas novas características podem ser vantajosas para a
adaptação do ser ao ambiente ou não.
Esse fenômeno de sobrevivência dos seres mais aptos
- isto é, melhor adaptados - é o que Charles Darwin (1809-1882)
chamou de seleção
natural.
"Mais apto" não significa ser "mais
forte". O mais apto, em certos ambientes, pode ser o com menor tamanho; o
que consegue camuflar-se, o que tem mais filhotes; enfim, o que tem
características que favorecem a vida e a reprodução no ambiente onde ele vive.
De acordo com Darwin, o processo de seleção natural
age constantemente. A cada modificação no ambiente, é possível haver
indivíduos, antes adaptados, que não suportem as novas condições ambientais.
Por exemplo, uma mudança drástica no ambiente aquático é a poluição, desta
maneira peixes antes adaptados as condições da água só irão sobreviver se
tiverem "algo" a mais que os permita viver no ambiente poluído. Este
"algo" a mais pode ser a característica de suportar metais tóxicos na
água, que anteriormente não lhe trazia vantagem na reprodução, mas agora traz
porque ele consegue sobreviver naquele ambiente.
No decorrer do tempo ainda é possível que uma
população se modifique tanto a ponto de ser considerada uma nova espécie.
Teorias Evolucionistas
“A crença de que as espécies eram produtos
imutáveis era quase inevitável enquanto se considerou ser de curta duração a
história do mundo [...] A principal causa de nossa relutância a admitir que uma
espécie originou espécies claras e distintas é que sempre somos lentos para
admitir grandes mudanças as quais não vemos as etapas”. (Charles
Darwin, A origem das espécies)
O primeiro Darwin a estudar a evolução não
foi Charles, mas sim Erasmus, seu avô. Ele achava que as espécies
se adaptavam ao meio, por uma espécie de esforço consciente. A teoria dos
caracteres adquiridos. Mas foi seu contemporâneo Jean-Baptiste Lamarck
que ficou mais famoso defendendo uma teoria semelhante, a do “Uso e Desuso”.
Segundo ele os órgãos se aperfeiçoavam com o uso e se enfraqueciam com a
falta de uso. Mudanças que são preservadas e transmitidas a prole. O exemplo
mais típico seria do pescoço da girafa, que cresceria a medida que ela o estica
para alcançar as folhas mais altas das árvores. Confira na figura abaixo.
A teoria de Lamarck era uma espécie de Darwinismo
ao contrário, com os organismos controlando seu próprio
desenvolvimento. Suas idéias eram bastante intuitivas e mais cativantes por se
adaptarem mais facilmente ao senso comum. Suas teorias sofriam de um problema
de seleção das observações e sua abordagem de carência de comprovação
científica. Comprovação essa que ele se recusou a apresentar (e nem
conseguiria). Claro, se amarrarmos o braço de um bebe junto ao seu corpo, e o
mantivermos assim por 30 anos, os músculos não iram se desenvolver, e com o
tempo vão atrofiar perdendo a capacidade de se desenvolver. Esse adulto terá os
braços com tamanhos desiguais. Mas ao contrário do que Lamarck previa, os
filhos desse homem não nascerão com braços pequenos. Assim como as
cicatrizes que adquirimos durante nossa vida não são transmitidas a nossos
filhos.
O homem e seu antropocentrismo. Mesmo quando as
evidências de um planeta que era mais velho do que a bíblia descreverá se
acumulavam, ainda era difícil aceitar que a o homem já teria sido “menos que um
homem”.
A Teoria de Darwin
Charles Darwin
(1809-1882), naturalista inglês, desenvolveu uma teoria evolutiva que é a base
da moderna teoria sintética: a teoria da seleção natural. Segundo
Darwin, os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência
do que os menos adaptados, deixando um número maior de descendentes. Os
organismos mais bem adaptados são, portanto, selecionados para aquele ambiente.
Os princípios básicos das ideias de Darwin podem
ser resumidos no seguinte modo:
- Os indivíduos de uma mesma espécie apresentam variações em todos os caracteres, não sendo portanto idênticos entre si.
- Todo organismo tem grande capacidade de reprodução, produzindo muitos descendentes. Entretanto, apenas alguns dos descendentes chegam à idade adulta.
- O número de indivíduos de uma espécie é mantido mais ou menos constante ao longo das gerações.
- Na "luta" pela vida, organismos com variações favoráveis ás condições do ambiente onde vivem têm maiores chances de sobreviver, quando comparados aos organismos com variações menos favoráveis.
- Os organismos com essas variações vantajosas têm maiores chances
de deixar descendentes. Como há transmissão de caracteres de pais para
filhos, estes apresentam essas variações vantajosas.
- Assim, ao longo das gerações, a atuação da seleção natural sobre os indivíduos mantém ou melhora o grau de adaptação destes ao meio.
A Teoria sintética da evolução
A Teoria sintética da evolução ou Neodarwinismo
foi formulada por vários pesquisadores durante anos de estudos, tomando como
essência as noções de Darwin sobre a seleção natural e incorporando noções
atuais de genética. A mais importante contribuição individual da Genética,
extraída dos trabalhos de Mendel, substituiu o conceito antigo de herança
através da mistura de sangue pelo conceito de herança através de partículas: os
genes. A teoria sintética considera, conforme Darwin já havia feito, a população
como unidade evolutiva. A população pode ser definida como grupamento
de indivíduos de uma mesma espécie que ocorrem em uma mesma área geográfica, em
um mesmo intervalo de tempo.
Para melhor compreender esta definição, é
importante conhecer o conceito biológico de espécie: agrupamento de
populações naturais, real ou potencialmente intercruzantes e reprodutivamente
isolados de outros grupos de organismos. Quando, nesta definição, se diz potencialmente
intercruzantes, significa que uma espécie pode ter populações que não
cruzem naturalmente por estarem geograficamente separadas. Entretanto,
colocadas artificialmente em contato, haverá cruzamento entre os indivíduos,
com descendentes férteis. Por isso, são potencialmente intercruzantes. A
definição biológica de espécie só é valida para organismos com reprodução
sexuada, já que, já que, no caso dos organismos com reprodução assexuada, as
semelhanças entre características morfológicas é que definem os agrupamentos em
espécies.
Observando as diferentes populações de indivíduos
com reprodução sexuada, pode-se notar que não existe um indivíduo igual ao
outro. Exceções a essa regra poderiam ser os gêmeos univitelínicos, mas mesmo
eles não são absolutamente idênticos, apesar de o patrimônio genético inicial
ser o mesmo. Isso porque podem ocorrer alterações somáticas devidas á ação do
meio. A enorme diversidade de fenótipos em uma população é indicadora da variabilidade
genética dessa população, podendo-se notar que esta é geralmente muito ampla.
A compreensão da variabilidade genética e
fenotípica dos indivíduos de uma população é fundamental para o estudo dos
fenômenos evolutivos, uma vez que a evolução é, na realidade, a transformação
estatística de populações ao longo do tempo, ou ainda, alterações na frequência
dos genes dessa população. Os fatores que determinam alterações na frequência
dos genes são denominados fatores evolutivos. Cada população apresenta um
conjunto gênico, que sujeito a fatores evolutivos , pode ser alterado. O
conjunto gênico de uma população é o conjunto de todos os genes presentes nessa
população. Assim, quanto maior é a variabilidade genética.
Os fatores evolutivos que atuam sobre o conjunto
gênico da população podem ser reunidos duas categorias:
- Fatores que tendem a aumentar a variabilidade genética da população: mutação gênica, mutação cromossômica, recombinação;
- Fatores que atuam sobre a variabilidade genética já estabelecida: seleção natural, migração e oscilação genética.
Disponível em:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/Caracteristicasgerais.php
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